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ok - As fontes de Paris


Da idade média até o séc. XIX, os parisienses utilizam a água do rio Sena, mesmo rio em que era jogado o esgoto... A alternativa a essa água eram as águas estagnadas dos poços.

Paris é situada sobre uma bacia geológica que apresenta lençóis d´água a diversas profundidades, o que favorecia a presença de inúmeros poços. A água dos poços era preferível à do rio, mas não era isenta de poluição, como animais mortos, lixo, fossas sanitárias...

As fontes começaram a ser canalizadas no séc. XII e a água, conduzida por aquedutos até as fontes privadas e públicas. No início com apenas 17 fontes públicas, possui atualmente cerca de 230. A maioria foi criada durante o Segundo Império, quando a água pura e abundante veio irrigar a capital, graças aos trabalhos de Haussman. Graças a ele também foi criado um sistema para captar separadamente a água dos poços para utilização na alimentação e a água do rio para finalidades públicas (fontes, limpeza das ruas).

Atualmente podemos encontrar várias fontes em Paris, algumas simples, outras mais rebuscadas, e as famosas Fontes Wallace.


As fontes Wallace

Em 1871, a tomada de Paris pela Prússia deixou os parisienses sedentos. Numerosos aquedutos foram destruídos, a água potável se tornou rara e cara, mais cara que o vinho! Assim, era grande a tentação de embriaguez, principalmente entre os menos favorecidos. É quando surge a benevolência de Sir Richard Wallace, francófilo e proprietário de Bagatelle, que oferece à cidade 50 fontes. Sir Wallace criou os modelos e escolheu o ferro como material, para facilitar sua reprodução em série e lhe conferir resistência. A inauguração da primeira fonte provocou um agito na população, pois todos queria beber a água dos braços das quatro mulheres.

Podemos encontrar quatro modelos de fontes Wallace: o modelo grande, o de colunas, o modelo aplicado aos muros e um modelo em forma de bebedouro baixo, com botão.

A mais emblemática das fontes é o modelo grande, que mede quase 3 metros de altura e possui seu domo sustentado por quatro cariátides, uma diferente da outra, seja pela posição do joelho, o dreapeado da túnica, olhos abertos ou fechados. Elas simbolizam a beleza, a sobriedade, a caridade e a simplicidade. Há 108 exemplares desse tipo por Paris.


Dentre os demais exemplares de fontes, temos a fonte Molière, que foi o primeiro monumento consagrado a um homem que não um soberano. Ela se encontra na proximidade onde o comediante morreu. Duas alegorias a ladeiam: a comédia alegre, e a comédia triste, que levam em suas mãos um pergaminho com os nomes das obras de Molière.

Fonte: Curiosité de Paris - Dominique Lesbros

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